A Falha de Samambaia é considerada a maior do Brasil, com 38 quilômetros de extensão e até 4 km de largura e é principal estrutura geológica responsável pelos abalos sísmicosno Nordeste brasileiro.
Atingindo profundidades entre 1 e 9 km, ela atravessa os municípios de Parazinho, João Câmara, Poço Branco e Bento Fernandes, no Rio Grande do Norte. Próxima a ela está a Falha de Poço Branco, de menor porte, mas também ativa.
A região da falha é monitorada em tempo real por estações sismológicas, que registram frequentemente abalos de baixa intensidade. A geologia do Nordeste contribui para essa situação. O subsolo é composto por blocos de rochas extremamente antigas, cobertas por camadas de solo muito finas, variando entre 4 e 25 metros. Em alguns pontos, a rocha chega a ficar exposta na superfície, amplificando os efeitos dos abalos.
Diferentemente dos terremotos tectônicos, mais comuns nas bordas das placas continentais, os sismos nordestinos ocorrem em regiões intraplaca, devido à movimentação ou acomodação de blocos rochosos ao longo das falhas. Infiltrações de água, acomodação natural do solo ou mesmo grandes obras podem desencadear abalos.
A Falha de Samambaia ganhou notoriedade após o terremoto de 1986. Na época, a população de João Câmara acordou durante a madrugada com estrondos e tremores intensos, provocando pânico e a fuga de milhares de moradores de suas casas. O episódio foi amplamente documentado pela imprensa local.
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